sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Há palavras que nos beijam


Foto de: Patrick Parenteau

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

de Alexandre O'Neil

Um comentário:

Dalaila disse...

Há palavras que se sentem omo dedos,
há dedos que nos percorrem como mel,
há mel que se saboreia como a noite que cai nos corpos que se amam,
há corpos que se fundem repetidamente na poesia das coisas simples, no abraço, no beijo, no papel que se escreve...

e sabes o que é isto tudo??

são múltiplas palavras que criam sensações